PIX: A conscientização dos usuários sobre as práticas de segurança é essencial
Imagine que você esteja jantando em um restaurante sábado a noite e, ao pedir a conta, é informado que a máquina de cartão não está funcionando e você não tem dinheiro – afinal, quem ainda anda com notas na carteira?
O Pix – meio de pagamento instantâneo, criado e gerido pelo Banco Central do Brasil – chega ao mercado financeiro para solucionar situações como essa.
Com o novo serviço, será possível transferir dinheiro instantaneamente através do aplicativo do seu banco ou fintech. Em outras palavras, é o fim do TED, DOC e dos Boletos de Cobrança.
O conceito de pagamento instantâneo é o que diferencia o PIX dos demais meios de pagamentos.
O TED, que era o serviço de pagamento mais rápido até então, realizava a transferência em cerca de 40 minutos, apenas em dias úteis, das 6hs às 17hs.
Já o DOC, demorava até 1 dia útil e os boletos, de 1 a 2 dias úteis. Fora isso, o cliente ainda era obrigado a pagar pelo serviço.
Com o avanço da tecnologia, era questão de tempo para que essas taxas fossem abolidas. É o que acontecerá agora.
Uma transação realizada via Pix será liberada em segundos para o recebedor, 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano, para qualquer tipo de transferência e de pagamento.
Além disso, poderá ser realizada por qualquer pessoa física ou jurídica, que possua conta corrente, conta poupança ou conta pré-paga, em uma instituição financeira ou instituição de pagamento (bancos e fintechs) participantes do sistema Pix.
O Pix é seguro?
As vantagens do Pix, como mencionadas acima são: agilidade, facilidade, instantaneidade, praticidade e segurança.
Veio para ficar. Tende a ser o meio de pagamento mais utilizado num futuro próximo, bem próximo.
No entanto, os riscos serão os mesmos que já estamos expostos com os aplicativos: se seu smartphone for roubado e for possível acessar o seu Pix, a facilidade para o golpista será a mesma que é para você em situações do dia-a-dia.
A boa notícia é que as instituições financeiras levam a segurança de dados muito a sério. As transações suspeitas via Pix poderão ser paralisadas por até uma hora, até que seja confirmada pelo cliente.
Neste fluxo temos a instituição financeira de origem, banco central e instituição financeira de destino.
Uma vez que o Cash out do dinheiro é mais rápido do que uma TED ou um DOC, por exemplo, e a velocidade também carrega um risco maior para as instituições participantes e clientes.
Após o pagamento na conta destino, sendo ela uma conta correta ou fraudulenta, o rollback da operação é mais difícil, pois o tempo de análise é menor – este é um desafio que as instituições financeiras precisarão enfrentar, mas que de maneira geral não afetam a confiabilidade do novo serviço, tampouco devem ser impeditivos para a adoção da tecnologia.
O PIX vale a pena?
Como qualquer outro sistema implantando desta magnitude, teremos uma curva de aprendizado que deve durar de 6 meses a 1 ano.
Este será o período necessário para mitigarmos os riscos, implementando novas camadas de segurança, inteligência e conferência para aprimorar a transação como um todo. Além de principalmente educar e instruir o usuário para as boas práticas de segurança para esse tipo de transação.
O nível de conscientização dos usuários sobre as práticas de segurança é essencial e, mesmo agora, com os serviços bancários tradicionais, observamos diariamente relatos de golpes de Phishing que poderiam ser evitados através de uma postura mais atenta do cliente.
Todavia, isso mostra que o PIX é um projeto que atende as demandas de uma economia muito mais conectada e que está muito mais atenta às taxas e cobranças abusivas por parte das instituições bancárias.
O PIX vale a pena e será apenas uma pequena evolução do sistema financeiro, se comparada ao que a tecnologia nos propõe para os próximos anos – com os bancos online e, principalmente, a popularização das Fintechs.
O setor financeiro será um dos, se não o mais afetado por inovações tecnológicas. Consequência natural tende a ser uma grande revolução no sistema financeiro que hoje conhecemos – e o consumidor agradece.
Por Juliano Carneiro e André Emídio, sócios do RevoBank