Pequenas e médias indústrias podem se beneficiar com exportações
No encontro do Compi da Fiesp, diversas possibilidades foram debatidas, inclusive o comércio eletrônico que facilita a exportação para a micro e pequena empresa
As exportações não são porta de acesso apenas para grandes indústrias brasileiras, mas também para médias, pequenas e até mesmo as micros empresas. Esse foi o tema da reunião do Conselho Superior da Micro, Pequena e Média Indústria (Compi) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) realizado na quinta-feira (21/3).
“Há sempre um receio do pequeno e médio empresário partir para a exportação, mas não é uma coisa complexa. Minha empresa vendia muito para multinacionais. Quando decidimos exportar, as multinacionais foram nossos intermediários. A partir delas, começamos a vender para suas filiais e matrizes. Mesmo sendo uma média empresa, cheguei a exportar 40% de minha produção para EUA, México e Europa”, contou Milton Antônio Bogus, presidente do Compi.
Thomaz Zanotto, diretor titular do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex), comparou o processo da tomada de decisão de exportação como uma academia de ginástica. “No começo parece difícil, mas o efeito no decorrer do tempo é positivo. A exportação obriga a empresa a cumprir prazos, assumir alguns riscos, investir em novos produtos, melhorar a linha de produção”, apontou Zanotto.
Ainda para Zanotto, o comércio eletrônico e as novas tecnologias voltadas a pagamentos internacionais são alguns dos facilitadores para pequenas e micro indústrias ao mercado mundial. “Estamos entrando em um mundo no qual o tamanho da empresa não a tira do comércio exterior, mas abre a ela a possibilidade de exportar e ter receita em dólar. O comércio eletrônico vai trazer a microempresa para o centro do comércio exterior”, destaca.
Tirso de Salles Meirelles, presidente do Conselho do Sebrae, também presente na reunião lembrou que, em momentos de crise, países competitivos zeram as cargas tributárias de suas empresas na exportação, mas que apesar de o Brasil ser um país com alta carga tributária, continua sendo competitivo. “Atualmente, o Brasil está na 127ª posição entre os países que mais têm burocracia, alta carga tributária e complexidade, mesmo assim continua sendo competitivo”, disse.
Por Cristina Carvalho, Agência Indusnet Fiesp