Incerteza da Economia de maio sugere acomodação em patamar elevado
O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) da Fundação Getulio Vargas caiu 20,2 pontos em maio de 2020, para 190,3 pontos, após acumular alta de 95,4 pontos no bimestre março-abril. Apesar da queda, o indicador permanece 53,5 pontos acima do recorde anterior à pandemia de Covid-19, de 136,8 pontos, em setembro de 2015. No mês passado, quando o IIE-Br atingira o recorde histórico, a distância havia alcançado 73,7 pontos.
“A redução da incerteza em maio, sinalizada anteriormente pela prévia do dia 13, sugere acomodação do Indicador em patamar elevado, ao devolver somente 21% da alta do bimestre março-abril. A atenuação foi influenciada pela redução relativa de notícias relacionadas à incerteza nos principais jornais do país, o que pode estar associado às perspectivas de reabertura dos mercados, assim como vem ocorrendo no exterior. Paralelamente, com a curva ainda ascendente de infectados no Brasil e as turbulências políticas, o cenário ainda conta com grandes incertezas em relação ao futuro, como sugere a alta adicional do componente de Expectativas, que mede a dispersão das previsões de mercado para variáveis da economia”, afirma Anna Carolina Gouveia, Economista da FGV IBRE.
Em maio, os dois componentes do Indicador de Incerteza trilharam caminhos opostos. O componente de Mídia, recuou 24,2 pontos, para 171,1 pontos, segundo maior nível da série histórica, contribuindo em 21,1 pontos para a queda do índice geral no mês. O componente de Expectativas continuou subindo, agora em 4,3 pontos, para 230,1 pontos, segundo maior nível da série ficando atrás apenas de outubro de 2002 (257,5 pontos), com contribuição de 0,9 ponto para o comportamento do IIE-Br.