Dica de empreendedor: seja o cliente que você quer ter
Se a visão e a identidade da companhia não estiverem de acordo com o que o cliente acredita, não adianta nada ao negócio se aventurar e desenvolver uma estratégia de marketing que apenas “combine” uma ação com o que é pedido
Os nerds e os geeks, como são normalmente chamados os fãs mais assíduos de cultura pop, configuram a mais recente febre de consumo: 70% das propriedades mais exploradas pelo varejo são ligadas ao entretenimento, segundo a Associação Brasileira de Licenciamento (ABRAL). Mas, diferentemente de tantos outros potenciais consumidores, esse público – que se interessa muito por itens e serviços relacionados a cinema, séries de TV, quadrinhos, desenhos animados etc. – costuma rebater tudo que não é estrategicamente pensado para fazer parte de uma grande e contínua narrativa.
Sim, os produtos destinados a esse segmento também contam uma história – ou deveriam. Esse conceito precisa estar bem desenvolvido na estratégia de quem quer dialogar e vender bem. Uma camiseta que tenha um detalhe na estampa que só quem assistiu a determinado filme entenderá, ou uma embalagem de cosmético que remeta ao uniforme de um super-herói são exemplos bem básicos de como uma marca pode construir esse relacionamento duradouro com o fã consumidor de cultura pop.
Várias são as oportunidades de aproveitar ocasiões do mundo geek para dar uma chacoalhada nas vendas, como estreias de filmes e séries, lançamentos de livros, eventos de cultura pop e datas comemorativas, que mostram a força de uma clientela cada vez mais criteriosa e com um poder de compra que faz inveja a vários outros setores da economia. Só no Brasil, milhares de produtos aproveitam esses ganchos para lançar promoções ou mesmo novos itens no mercado.
Mas esse alinhamento de conceitos e ideias precisa existir na essência da empresa. Na realidade, se a visão e a identidade da companhia não estiverem de acordo com o que o cliente acredita, não adianta nada ao negócio se aventurar e desenvolver uma estratégia de marketing que apenas “combine” uma ação com o que é pedido. As chances de sucesso são, além de pequenas, muito arriscadas, já que uma estratégia mal executada pode queimar a marca por um bom tempo.
Uma empresa que tenha em seu DNA uma grande identificação com os temas de cultura pop, por exemplo, tem muito mais a oferecer às pessoas que também se conectam a esse universo. É necessário atentar-se aos mínimos detalhes que podem parecer banais, mas que fazem toda a diferença nos momentos decisivos – como a hora de comprar ou não. A verdade é que não basta entender o fã para atendê-lo bem, mas ser esse fã por inteiro para criar uma experiência perfeita.
Fonte: Administradores