Brasil perde quase 3 milhões de empregos para mulheres em 8 anos
Extinção de postos de trabalho e empreendedorismo individual ajudam a diminuir os números
Para celebrar o Dia Internacional das Mulheres, 8 de março, nada mais justo do que tratar do assunto que moveu tantas pessoas para que a luta por igualdade de condições nunca cessasse. O trabalho, parte fundamental desse dia, foi estudo do Empresômetro, empresa brasileira especializada em assuntos de mercado.
A entidade realizou um levantamento dos últimos oito anos acerca das trabalhadoras brasileiras, identificando que em sete anos, o índice percentual de ocupação de postos de trabalho, preenchidos por mulheres, cresceu 3% de 2011 até 2018.
Numa população de mais de 106 milhões de mulheres, pouco mais de 11 milhões ocupam vagas formais de trabalho, totalizando 39% de todos os postos.
“Levando-se em conta somente o índice percentual se vê um crescimento, mas se olharmos para os números em si veremos que as vagas, na verdade, diminuíram, se em 2011, tínhamos mais de 14 milhões de mulheres empregadas, em 2018 são pouco mais de 11 milhões”, explica o diretor do Empresômetro, Otávio Amaral.
Essa queda se dá pela detração da economia nos últimos anos; vimos mais de 10 milhões de postos de trabalho serem extintos, em 2011 eram mais de 39 milhões de empregos ocupados, já em 2018 foram pouco mais de 29 milhões.
A boa notícia é que as vagas para mulheres foram as menos afetadas pela crise recente e mantiveram estável o índice de empregabilidade em todos os setores, sempre girando em torno de 38% do total de empregos.
“Além disso, o emprego formal concorre bastante com o empreendedorismo, tivemos uma mudança de cultura, muito baseada na necessidade, mas que muitos viram como uma oportunidade de crescimento”, diz Amaral.
Nesses oito anos, a região Sul acolheu mais de 41% de todas as mulheres com empregos formais, seguido pelo Sudeste com 39,6% e Centro-Oeste com 33,7%.
Também há outro número que salta aos olhos, a maior parte de toda essa força de trabalho, com quase 56%, tem o ensino médio completo, com a vaga de vendedora de roupas a maioria das mulheres trabalhadoras.
Durante o período avaliado pelo Empresômetro, também foi possível identificar a faixa etária com o maior número de mulheres, tendo predominância as idades entre 18 e 24 anos, como mostra a tabela abaixo.
Esses dados mostram que ainda há muito a ser feito e que o Dia Internacional da Mulher não é uma simples data a ser comemorada, é um momento de reflexão da participação da mulher na sociedade.
Por Descomplica Agência de Mídias