Ativo imobilizado (ativo fixo): O que é e como contabilizar?
QUE BENS PODEM SER CLASSIFICADOS COMO ATIVO FIXO?
Para entender melhor o conceito de ativo imobilizado, é importante conhecer suas classes. Uma classe de ativo imobilizado é um agrupamento de ativos de natureza e uso semelhantes nas operações da empresa.
São exemplos de classes individuais de ativos imobilizados:
(a) terrenos;
(b) terrenos e edifícios;
(c) máquinas;
(d) navios;
(e) aviões;
(f) veículos a motor;
(g) móveis e utensílios;
(h) equipamentos de escritório; e
(i) plantas portadoras.
Vale destacar que bens usados por uma empresa para obter lucro, como terrenos e edifícios exclusivos para locação, entram na categoria Propriedade para Investimento (CPC 28).
Outro ponto importante é sobre as plantas portadoras relacionadas com a atividade agrícola (item i). Certas plantas, como por exemplo, arbustos de chá e videiras, são plantas portadoras e enquadradas como ativos imobilizados. Porém, o produto de planta portadora, por exemplo, folhas de chá e uvas, se enquadram em Ativo Biológico e Produto Agrícola (CPC 29).
CONTROLE DO ATIVO IMOBILIZADO
Chamamos de controle do ativo imobilizado o processo de mapeamento e monitoramento do patrimônio da empresa. Com esse controle, é possível basear a tomada de decisão dos líderes do negócio e garantir que as atividades da empresa não serão interrompidas por falta de recursos.
Existem algumas etapas para um efetivo controle do ativo imobilizado:
- Inventário dos bens;
- Avaliação dos ativos para fins contábeis;
- Avaliação da Depreciação dos bens;
- Teste de Impairment.
Agora, vamos nos aprofundar em cada uma delas:
INVENTÁRIO DOS BENS
O primeiro passo no controle do ativo imobilizado é fazer um inventário dos bens da empresa. Dependendo do porte da empresa essa atividade pode ser demorada, principalmente pela quantidade de ativos e complexidade de suas descrições.
É importante que o inventário dos bens de uma empresa seja feito periodicamente. Inclusive, este momento é excelente para executar o emplaquetamento, ou seja, a fixação de etiquetas patrimoniais nos ativos.
Além de levantar informações para avaliar o bem, é preciso verificar sua localização. Caso o ativo não seja localizado, é preciso dar baixa nele nos registros da empresa e, possivelmente, adquirir um novo.
Além disso, o desaparecimento do bem precisa ser apurado. Pode ser o caso de um ativo que não foi guardado adequadamente e está perdido dentro da empresa ou mesmo um crime de furto ou roubo.
AVALIAÇÃO DOS ATIVOS PARA FINS CONTÁBEIS
Fazer a avaliação dos ativos para fins contábeis impacta diretamente nas próximas etapas do controle de ativos imobilizados.
A avaliação dos ativos consiste em analisá-los para elaboração de um laudo de avaliação patrimonial. Nesse laudo é possível conhecer, entre outros dados, o valor justo, o valor residual e a vida útil do ativo. Encontramos no CPC 27 estes conceitos:
Valor justo – “é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado na data de mensuração. (Alterada pela Revisão CPC 03)”
Para a avaliação dos ativos é preciso fazer Mensuração do Valor Justo de acordo com a CPC 46. Isso envolve utilizar uma das três técnicas de avaliação: abordagem de mercado, abordagem de custo e abordagem de receita.
Valor residual – “é o valor estimado que a entidade obteria com a venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e a condição esperadas para o fim de sua vida útil.”
Vida útil – “(a) o período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar o ativo; ou
(b) o número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a entidade espera obter pela utilização do ativo.”
AVALIAÇÃO DA DEPRECIAÇÃO DOS BENS
Os bens que podem compor o ativo imobilizado de uma empresa são sujeitos a depreciação. Vale lembrar o que é depreciação:
A depreciação é a perda de valor do bem decorrente de seu uso, desgaste natural ou da perda de utilidade. Na contabilidade das empresas, a depreciação é registrada como um percentual do valor contábil do bem descontado ao longo do tempo, de acordo com sua expectativa de vida útil.
Também faz parte dessa etapa revisar as taxas de depreciação adotadas pela empresa.
É importante conhecer as regras de depreciação de acordo com a classe do ativo fixo, o resultado do laudo patrimonial e vários outros fatores.
Por exemplo, ainda segundo o CPC 27, cada componente de um item do ativo imobilizado com custo significativo deve ser depreciado separadamente. Porém, caso o ativo imobilizado não tenham custo significativo a empresa pode escolher depreciar separadamente ou não.
TESTE DE IMPAIRMENT
O Teste de Impairment, também conhecido como teste de recuperabilidade, é um método contábil para identificar o valor justo de um bem através da reavaliação. Encontrada uma diferença negativa (desvalorização), esta poderá ser contabilizada como resultado, ou seja, débito em despesas.
Porém, é importante dizer que o ajuste só poderá ser feito quando o valor for menor que o valor atual do bem. Caso o valor seja maior, nada será ajustado, pois o bem terá se valorizado em vez de desvalorizado.
QUAL A FINALIDADE DO CONTROLE DO ATIVO FIXO?
É crucial que as empresas conheçam e administrem corretamente seus ativos fixos. Inclusive, isso ajuda bastante quando o negócio passa por auditoria interna, concorrência em licitações, avaliações de bancos para empréstimos empresariais, auditoria externa e muito mais.
O Ativo Imobilizado é uma das áreas que compõem o Balanço Patrimonial das empresas, na parte de Ativos não Circulantes. Além disso, o ativo imobilizado de um negócio pode ser usado em cálculos de importantes indicadores financeiros.
Conhecer a situação dos bens da empresa e sua vida útil esperada é importante para o Planejamento Estratégico. Desse modo, é possível ter exatidão dos demonstrativos do negócio e previsibilidade para novas compras e variações na capacidade de produção.
É importante frisar que fazer a gestão e controle do ativo imobilizado é mais do que um procedimento burocrático. Há inúmeras vantagens para isso, que vão muito além de ter os dados contábeis da empresa em dia, por exemplo:
- Melhorar a localização dos ativos;
- Evitar problemas com roubos e furtos;
- Ter demonstrativos sempre fiéis à realidade da empresa;
- Aumentar a confiança que acionistas e investidores depositam no negócio;
- E muito mais!
Conteúdo original Bluesoft