Contador, o cirurgião da sua empresa

A princípio, não era uma dor que me incapacitasse, mas aos poucos foi se agravando e, de repente, me vi obrigado a procurar o médico

Autor: Julio Cezar Assunção

A princípio, não era uma dor que me incapacitasse, mas aos poucos foi se agravando e, de repente, me vi obrigado a procurar o médico. Depois de algumas conversas e os exames realizados, recebi o diagnóstico de que a única solução seria a intervenção cirúrgica. E o pior: segundo o médico, o pós-operatório seria extremamente dolorido.

Faço uma analogia destes sintomas e do mau funcionamento do meu corpo e dessa dolorosa experiência com o caso de uma empresa. Muitas vezes os empresários percebem que o negócio não vai tão bem, fazendo esforços cada vez maiores para recompensas menores e sem grandes perspectivas de mudanças positivas neste cenário. Se nada for feito neste momento, a situação pode se agravar e as consequências se tornarem desastrosas.

Portanto, ao perceber que algo não vai bem, o empresário deve procurar a ajuda de um “médico” para a empresa. Pode ser um consultor, assessor ou contador – que é quem, afinal, tem à mão as principais informações sobre a sua empresa.

Além disso, por ter contato com outras empresas, o contador pode ajudar trazendo exemplos, informações e a experiência destes outros negócios que já passaram por situações semelhantes à sua.

Escolhido o profissional, dê ouvidos ao que ele tem a dizer e discuta o diagnóstico apresentado, mas aceite que algo terá de ser feito para corrigir aquela situação. Implemente as soluções e ações que forem prescritas.

Muitas vezes a solução é simples, como foi a minha cirurgia, porém o pós-operatório é muito dolorido. O empresário precisa ter em mente que as ações para a correção do problema identificado podem ser dolorosas, trabalhosas, mas tudo faz parte do processo. Após algum tempo, tudo tenderá a funcionar normalmente e a dor vai passar. A empresa, enfim, estará apta a voltar às suas atividades normais e a crescer e se desenvolver.

Durante este pós-operatório, que pode ser traduzido para a empresa como a fase das correções e monitoramento das ações, o empresário tem de entender que aquela dor passará. Focar na solução trará mais resultados que se preocupar com os incômodos.

A minha dor era quase insuportável, mas já passou. Para ajudar, o médico prescreveu uma série de comportamentos que, por alguns momentos, confesso não ter cumprido, o que me fez sentir mais dores quando os ignorava. Então, voltava ao prescrito pelo médico e a dor era menor ou passava mais rápido.

Por isso, siga as instruções, pois elas irão fazer bem para a sua empresa. Afinal, foi tudo discutido e planejado antes. Acredite que vai dar certo e trabalhe para isso.

Não espere que os sintomas apresentados pela sua empresa se agravem para depois procurar ajuda. Tente se antecipar. Elimine o sofrimento passivo, de inércia, que não leva a nada. É melhor sofrer sabendo que isso vai ajudá-lo a colher resultados positivos amanhã. Lembre-se: depois da dor vem a tranquilidade, a paz, o lucro, o caixa positivo, um processo mais limpo e – o mais importante – a melhoria da qualidade de vida.

 

(*) Julio Cezar Assunção é diretor-executivo da NTW São João Del Rey.

Fonte: www.jornalcontabil.com.br

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